Essa apresentação, elaborada há alguns meses, com base em fontes e dados fidedignos, revela o quadro de extrema gravidade, tanto da expansão da educação superior (instituições e matrículas) nas últimas duas décadas, quanto da drástica redução dos recursos destinados à manutenção dessas 108 Ifes, com cerca de 1,3 milhões de matriculados, do CNPq (30 mil projetos de pesquisa), da Capes (cerca de 4.500 programas de pós-graduação e 450 mil pós-graduandos de mestrado e doutorado) e do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), nos últimos 5 a 6 anos. As universidades e os institutos e centros federais, associados ao CNPq, à Capes e ao FNDCT, ao lado das universidades estaduais e das Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa (FAPs) constituem-se, entre outras, nas instituições e órgãos garantidores da produção científica e formação de pesquisadores no país.
Ao se observarem os dados das tabelas e gráficos dessa apresentação, poder-se-á verificar o que significam – para a educação superior pública, a produção científica e a formação de pesquisadores – os princípios e diretrizes da atual fase exacerbada de neoliberalismo, tão bem traduzidos, no caso das Ifes, na Proposta do Future-se, do então Ministro da Educação, Abraham Veintraub, e transformado no Projeto de Lei 3.076, de 02/06/2020, que tramita no Congresso Nacional desde junho de 2020. (Cf. GIOLO, J.; LEHER, R.; SGUISSARDI, V. Future-se [recurso eletrônico]: ataque a autonomia das instituições federais de educação superior e sua sujeição ao mercado. São Carlos: Diagrama Editorial, 2020. Disponível em: https://www.diagramaeditorial.com.br/project/future-se/. Acesso em: 25 out. 2022).